quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Quando nós queremos e eles não

Hoje senti-me alvo do ataque dos falsos tecnocratas deste país de engenheiros (não levem demasiado a peito). Pois que a FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) após abrir concursos nos centros de investigação universitários, e tendo o concurso terminado há algumas semanas, lembra-se agora que não tem capacidade de financiamento suficiente, especialmente para as Ciências Sociais e Humanas. Conclusão - congelamento de projectos e procrastinação de novas investigações.

Hoje fui a lesada, eu e as gentes das Letras. Sabem lá eles que silenciosos e ardilosos assassínios são estes. Querem engenharia aeronáutica em Portugal? Tenham-na. Querem desenvolvimentos na energia nuclear? Muito bem. Mas não assentem essa construção numa desconstrução paralela. Qualquer dia não temos pessoas a pensar e construir saber. É angustiante quando somos nós a querer e não podemos.

3 comentários:

Maria del Sol disse...

Engoli em seco ao ler este post. Como mestranda e frequentadora, tal como tu, da FCSH, sei que vou sofrer na pele com as decisões das mentes tacanhas desta nova fornada de gestores que só olham ao lucro. "Estupidificação" é a palavra de ordem, para ter uma população-rebanho que funciona como uma engrenagem bem oleada na máquina do Estado. O pior é que por mais lúcidas que sejam estas conclusões, não nos servem como ganha-pão... :S

Maria disse...

Mesmo. E é essa expressão, 'engolir em seco', com o peso da impotência.

beatriz j.a. disse...

Não podia estar mais de acordo.