domingo, 30 de março de 2008

Chungking Express

Acabei de o ver. E é absolutamente sublime. Do afamado Wong Kar-Wai, Chungking Express.

A cena completa e, em baixo, em inglês.



terça-feira, 25 de março de 2008

Devoção

Desculpem o pastiche descarado. Mas é uma perfeita descrição.
Feeling lonely tonight? Turn off the TV and lower the lights. Baltimore duo Beach House have returned with their sophomore full length entitled Devotion. Alex Scally and Victoria Legrand have written eleven delicate pop tunes about love, feeling, devotion. Their new album is a surefire antidote to the winter blues.


Sure, you’ve got a handle on the past

It’s why you keep your little lovers in your lap

Give a little more than you like

Pick apart the past, you’re not going back

So don’t you waste your time



http://www.pitchforkmedia.com/article/feature/49226-interview-beach-house
http://www.artistdirect.com/nad/news/article/0,,4584902,00.html

Brooklyn Gang

A sympathetic realism por Bruce Davidson.



segunda-feira, 24 de março de 2008

quinta-feira, 20 de março de 2008

O Boom da Meia Noite

Indie rock pós-Punk. Alison Mosshart viciante. Muito viciante.

Do brand new Midnight Boom da dupla The Kills, a ouvir o albúm na íntegra, aqui fica "Cheap and Cheerful".

Passam pela Casa da Música a 12 de Abril.

Da actualidade da verdadeira arte


Ao lançarmos um breve olhar sobre a mais conhecida e polémica arte do século passado, nomeadamente a pintura, é inevitável não recordarmos o nome de Frida. Com uma história pessoal repleta de pontuais momentos volt-face marcantes, impregnes de sofrimento, este, que de uma forma, quer física, quer emocional, ou até socio-política marcou toda a sua vida, hoje, pretendo aqui não fazer uma apologia da sua conturbada existência – ela que disse que se tivesse a oportunidade de viver novamente, não o queria, e que sempre encarou a partida como um trajecto mais alegre que a vida [I hope the departue is joyful and I hope never to return] – mas simplesmente uma referência à contemporaneidade que a sua obra ainda revela, não obstante os temas vincadamente datados a que amiúde, à guisa de Diego, dedicou a sua pintura.

Por ora, aqui fica o Auto-Retrato na Fronteira entre o México e os EUA de 1932 que traduz a antinomia entre dois países, duas histórias e dois modelos sociais. E se aqui a dicotomia de Frida é entre México e EUA, pelas razões sobejamente conhecidas, talvez possamos rever nesta obra uma marca da oposição que ainda hoje, e talvez sempre, cunhará as sociedades humanas, pelas suas diferenças estruturais e culturais. Posto isto, a questão que aqui hoje deixo é a seguinte: preferimos a tradição histórica, a cultura, a lembrança dos primórdios da civilização, a marca da própria terra ou pomos tudo isto em risco à conta da evolução industrial, do avanço desenfreado tecnológico e da demanda pelo graal de Wall Street? A resposta parece-me clara, ainda que claramente angustiante.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Hold on to yourself (parte 2)

Nick Cave e Platão, em sintonia.

Eu considero, meu caro, que me é preferível ter uma lira desafinada e dissonante, dirigir um coro a que falte toda a coesão, ou estar em desacordo e oposição com a maioria das pessoas, a estar em dissonância e contradição comigo próprio.

Hold on to yourself

Numa continuidade em relação ao post anterior, resta pensar à la Nick Cave.

It's all life and fire and lunacy and excuses and excuses and excuses.

Pecador? Nahhh

Foi na semana passada que aquele "ilustre" Estado, o Vaticano, promulgou uma nova lista de pecados capitais a aliar aos já tradicionais (e sei lá, no mínimo, bíblicos?) sete, sobejamente conhecidos. Pois bem, nesta nova elencagem de desvios constam preciosidades como "ser extremamente rico" (rico? o Vaticano? Nada disso! Aquilo é tudo feito do mais terreno barro), "contribuir para a pobreza" (vou mortificar-me com uma banda de silício na perna por não ter dado a esmola ao senhor do metro que roga pela bondade de o auxiliar), "consumir drogas" (erva, anti-depressivos?) entre outras mais constrangedoras, como "transformações genéticas".

Curioso como o jornal em que li esta notícia, num desses gratuitos mais-que-as-mães, trazia na capa uma foto de meia página de Amy Winehouse, como pretexto para o pessoal pensar "que raio fez ela desta vez?", mas em letras sumidas de corpo 6 ou coisa do género lia-se "Pessoas como Amy Winehouse vão passar a ser consideradas pecadoras pelo Vaticano". De facto, uma pessoa pensa em Vaticano e lembra-se logo da Winehouse, não é de caras a associção? Pois bem, acho que ela já emagreceu mais 5kgs à conta da excomunhão, e como ela, muitos nós, portanto.

sábado, 15 de março de 2008

Quem é o falso profeta?

Se dissermos que There Will Be Blood é um filme sobre um magnata do petróleo estaremos a ser claramente reducionistas. Mais do que se concentrar numa possível análise sobre os modos enviesados e interesseiros de um homem pragmático cheio de lábia, Paul Thomas Anderson, magnificamente, e claro, contando com a performance arrebatadora de Daniel Day Lewis, deixa a cru a hipocrisia humana no seu estado mais primitivo, a obsessão tacanha e a manipulação pela religião e o isolamento e degradação interiores, só resolvidos mediante a vingança.


I am a false prophet! God is a superstition!

No fundo, um grande soco no estômago.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Bird on the water

Dado o vazio de palavras, aqui ficam a pacata referência mas a música mais que auto-suficiente de Marissa Nadler.

sábado, 8 de março de 2008

Fim-de-Semana Vampiresco


Parece que estão na moda. Pelo menos esta semana os Vampire Weekend têm rodado muito por aqui (e sim, antes do Mexia e do Ipsílon se terem lembrado deles).

Os meninos geek da pop indie universitária de Brooklyn directamente para o Les Vacances de Hegel.




quarta-feira, 5 de março de 2008

Olá Rosas Azuis


Hoje fui colher rosas. E gostei. Bastante. Por ora, cinjo-me à partilha; reflexões para depois. Obrigada Hello, Blue Roses, ou melhor, Daniel Bejar e Sydney Vermont por este The Portrait is Finished & I Have Failed do Capture Your Beauty

Sydney Vermont = Kate Bush folk? Parece.







segunda-feira, 3 de março de 2008

Stephin Merritt's little words




De Distortion, de 2008, o belíssimo "Till the bitter end" pelos Magnetic Fields.




Through sleet and snow,
and storm and hail
Through every degradation
and betrayal
Past rhyme, and reason,
and beyond the pale,
darling, I will love you
till the bitter end...
and all the bitter moments till then

Through time and tomb,
and Tim and Tom
Through pro and con,
and quid pro quo, and qualm
Through tidal wave
and asteroid and bomb
darling, I will love you

till the bitter end...
and all the bitter moments till then

And when your charms begin to fade
and when you feel old and afraid
I'll scratch beneath
your shoulder blade
and whisper:

My love is deeper than I show
Remember what I said:
Through sleet and snow...
So even though I know you have to go
darling I will love you
till the bitter end...
and all the bitter moments till then.

sábado, 1 de março de 2008

Loneliness is my social skill


Solidão. Isolamento. Vazio. Depressão. Esta semana estas palavras não me sairam da cabeça. Palavras densas, suicidas, demasiado abusivas e sofridas, a roçar o drama adolescente diriam alguns. Cliché. A verdade é que estas palavras não me largaram porque me cruzei com uma das mais belas obras de Edward Hopper numa destas noites de ócio estóico. A pintura leva o nome de Autómata e data de 1927. Curioso e certeiro título para uma pintura em que vemos uma jovem rapariga a tomar um chá ou café sozinha. Na legenda li o seguinte: "As telas de Edward Hopper, autênticas introspecções da alma humana, converteram-no no pintor da desolação e da incomunicação das sociedades urbanas".

Curioso como no dia seguinte, numa discussão sobre a formação dos públicos nas sociedades modernas, a rapariga autómata de Hooper me surge como a tradução material (e quantas Autómatas já não vimos nós, ou não o somos nós, tantas e tantas vezes?) destas noções de público e de novos pólos sociais de agregação - um grupo de indivíduos, não sujeitos ao imperativo da presencialidade, e que, não obstante, entre si criam laços de cunho espiritual, de uma certa "excitabilidade intelectual", pela partilha de interesses. Pois bem, é o estar só, não estando. As Autómatas solitárias, efectivamente nunca estão sós.

Contudo, isto levou-me para uma avalanche de outras questões. Não estamos intelectualmente sós, mas ser-nos-á isso suficiente? Por que raio então, apesar de sabermos isto, nos sentimos calvaricamete tão sózinhos, sempre incompletos, lacunares e com "handicaps" emocionais? A sabedoria popular sempre nos ensinou "Mais vale só, que mal acompanhado". E quando nós mesmos somos a má companhia? Marguerite Yourcenar disse que "nunca se está completamente só" e que "para nossa desgraça, estamos sempre com nós mesmos".

Resposta para isto hoje não tenho. Só sei que a minha desgraça é a minha social skill.