'Isto ajudara Diotima a descobrir em si a conhecida doença do homem contemporâneo, a que se chama civilização. É uma condição frustrante, cheia de sabão, ondas hertzianas, a excessiva linguagem cifrada das matemáticas e da química, a economia política, a investigação experimental e a incapacidade de convivência simples mas elevada entre os homens. E também as relações da nobreza de espírito, que ela conhecia, com a nobreza social, que exigiam a Diotima grande prudência e, apesar de alguns êxitos, lhe traziam grandes decepções, pareciam-lhe cada vez mais características não de uma época de cultura mas de um tempo de mera civilização. A civilização era, assim, tudo o que o seu espírito se sentia incapaz de controlar.'
Robert Musil in O homem sem qualidades
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