Os canadianos Wolf Parade estão de volta com o seu segundo longa duração At Mount Zoomer e desenganem-se aqueles que julgam que esta é mais uma compilação de caóticas canções indie rock difíceis de penetrar como tínhamos em Apologies To The Queen Mary de 2005.
Este parece ser um albúm mais coeso, que opta por uma linha mais sofisticada e minimalista, sem cair, contudo, na repetição ou numa minúcia meticulosamente exagerada. Vemo-lo por exemplo na faixa Language City (um dos ex-libris do albúm) em que os órgãos à anos 80 (estupidamente fizeram-me lembrar um piano do sapo Cocas que ainda passeia cá por casa) e o dedilhar do baixo põem a cabeça a mexer à primeira audição. Mas dizer que o paranoia weird tão característico dos Wolf Parade foi anulado, seria, no mínimo, um erro, ora não fossem os temas da morte, dos sonhos despedaçados ou dos empty rooms repetirem-se. Assim, basicamente, é no confronto de faixas como California Dreamer, The Grey Estates ou Fine Young Canibals que percebemos quem são os Wolf Parade - esses senhores do som indie canadiano moderadamente arrojado. E ao ouvirmos, por fim, Kissing The Beehive, concluímos que é do melhor.