sexta-feira, 4 de junho de 2010

Fugaz





' Os que tiveram o raro privilégio de tais sentimentos sofrem de qualquer coisa semelhante à demência; falam sem bastante coerência, sem modo humano, pronunciam palavras sem sentido e subitamente transformam todo o aspecto do rosto. Os alacres, ora tristes, ora lacrimejando, ora sorrindo, ora suspirando, estão verdadeiramente fora de si. Quando regressam a si, não sabem dizer onde estiveram, se no corpo ou fora do corpo, se vigilantes ou dormentes. Que viram, que disseram, que fizeram? Não se lembram, tudo se passou como entre nuvens, como num sonho. Sabem somente que foram felicíssimos durante a sua loucura. Deploram ter voltado a si, e nada mais desejam que a perpétua insânia. E dessa felicidade futura não gozaram mais do que uma ténue prova. '


É do amor, que fala a Loucura.


3 comentários:

Valquíria L disse...

Ah, é lindo.

Fico feliz por, por acaso, ter achado teu blog, sorri.

SpetzNatz disse...

Há muitas maneiras de sorrir...

Anónimo disse...

Lindo de morrer.
Grande escolha (e grande foto), Generalíssimo!
Abraço,
T.