terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Fragmentos de viagem



" Uma fronteira é um rio entre um país e o longe; eu já passei fronteiras que ficavam entre guitarra e noite, entre ternura e mágoa; o meu país é uma fronteira violado entre um pinheiro e a lua, entre silêncio e pedras”. "













" Amanhã não estaremos já neste lugar. Amanhã, a cidade não terá já o teu rosto
e a canção não virá cheia de ti escrever em cada árvore o teu nome verde.
Amanhã
outros passarão onde passámos
farão os mesmos gestos
dirão as mesmas palavras
dirão um nome baixo, um nome
loucamente
como quem sobre a morte é por instantes eterno."





São três da manhã, o rádio tem quarenta anos, lança uma luz vermelha, perscruta a noite, acompanha o meu gato.

Em bom comprimento de onda antigo, assinala agora o fim de transmissão de um posto búlgaro, ou libanês.
Fulminado. Desligo-o, vou-me deitar.