sábado, 30 de maio de 2009

A propósito da égide científica


Obeliscos tecnológicos giram panopticamente enquanto neve envolve as botas, vento varre atordoamentos da memória, e a pedra nos faz chorar. Onde acaba a ciência, risivelmente... fica o debate aberto.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A égide científica

A superação da dicotomia ciências naturais/ciências sociais tende a revalorizar os estudos humanísticos. Mas esta revalorização não ocorrerá sem que as humanidades sejam, elas também, profundamente transformadas. O que há nelas de futuro é o terem resistido à superação sujeito/objecto e o terem preferido a compreensão do mundo à manipulação do mundo. Este núcleo genuíno foi, no entanto, envolvido num anel de preocupações mistificatórias (o esoterismo nefelibata e a erudição balofa). O ghetto a que as humanidades se remeteram foi em parte uma estratégia defensiva contra o assédio das ciências sociais, armadas do viés cientista triunfalmente brandido. Mas foi também o produto do esvaziamento que sofreram em face da ocupação do seu espaço pelo modelo cientista. Foi assim nos estudos históricos com a história quantitativa, nos estudos jurídicos com a ciência pura do direito e a dogmática jurídica, nos estudos filológicos, literários e linguísticos com o estruturalismo. Há que recuperar esse núcleo e pô-lo ao serviço de uma reflexão global sobre o mundo. A concepção humanística das ciências sociais enquanto agente catalisador da progressiva fusão das ciências naturais e ciências sociais coloca a pessoa, enquanto autor e sujeito do mundo, no centro do conhecimento.


Boaventura de Sousa Santos in Um discurso sobre as ciências

domingo, 17 de maio de 2009

sábado, 16 de maio de 2009

pietà

(William Blake, Pietà, 1795)

Rogo. Mas a quem? Peço. Mas quem escuta? O eco vácuo esbate no quarto atormentado. E aqui perpetua. Recursivamente.